segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cálculos Amorosos

Um “Eu te amo” não diz nada, entende? 

...

Então...

Não perca tempo imaginando como se sentiria se acordasse comigo, sugiro que acorde comigo. Não imagine meu cheiro, então que tal me cheirar? Não fantasie meus gemidos, Me faça gemer. O amor só existe enquanto amar. É Ação, Calor, Verbo, Presença, Milímetros, Hálito.


Quem ama cuida (há uma máxima que diz isso não é?), quem gosta quer estar perto, quem adora sabe que amor é verbo e não substantivo. É uma aventura diária, carnal e emocional e não uma moldura bonita e pertinente a enfeitar as paredes da vida. Amor é manco de gramática, sendo quase tão certo quanto matemática, entretanto não aceitando resultados inexatos, com vírgula ou algo do tipo. Todo fator que venha a dividir duas pessoas deve ter qualquer nome, seja os nomes de amizade, capricho, tico-tico-no-fubá, japécanga, pirraça, o que for, só não podemos dar o nome amor.
A razão de amar é simples. Um e um são dois. Eu te amo + eu te quero = dou um jeito de ficar contigo. Dou jeito de andar do seu lado, de dividir tempo, cheiro, edredom, banheiro e treloso. A razão dos amantes não calcula-se no papel, nem na ponta do lápis e sim no viver, no sentir. O amor existe no calor da iminência, do arredor, do tato e do contato. A frieza do resto, embora lembre um pouco amor, na real é qualquer bobagem.
E é por ter uma modesta ciência destes cálculos amorosos, que seguramente afirmo.
Te amo.

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