Um “Eu te amo” não diz nada, entende?
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Então...
Não perca tempo imaginando como se sentiria se acordasse comigo, sugiro que acorde comigo. Não imagine meu cheiro, então que tal me cheirar? Não fantasie meus gemidos, Me faça gemer. O amor só existe enquanto amar. É Ação, Calor, Verbo, Presença, Milímetros, Hálito.
Quem ama cuida (há uma máxima que diz isso não é?), quem gosta quer estar perto, quem adora sabe que amor é verbo e não substantivo. É uma aventura diária, carnal e emocional e não uma moldura bonita e pertinente a enfeitar as paredes da vida. Amor é manco de gramática, sendo quase tão certo quanto matemática, entretanto não aceitando resultados inexatos, com vírgula ou algo do tipo. Todo fator que venha a dividir duas pessoas deve ter qualquer nome, seja os nomes de amizade, capricho, tico-tico-no-fubá, japécanga, pirraça, o que for, só não podemos dar o nome amor.
A razão de amar é simples. Um e um são dois. Eu te amo + eu te quero = dou um jeito de ficar contigo. Dou jeito de andar do seu lado, de dividir tempo, cheiro, edredom, banheiro e treloso. A razão dos amantes não calcula-se no papel, nem na ponta do lápis e sim no viver, no sentir. O amor existe no calor da iminência, do arredor, do tato e do contato. A frieza do resto, embora lembre um pouco amor, na real é qualquer bobagem.
E é por ter uma modesta ciência destes cálculos amorosos, que seguramente afirmo.
Te amo.
feliz aniversário de casamento *-*
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